Lista eleita para a C.C.A.M. de Oliveira do Hospital

Triénio 2010-2013




Comunicado de 2010/02/22

 

Esta lista de pessoas, que tenho o grato prazer de encabeçar, surgiu do desafio lançado por sócios fundadores que sempre acompanharam a vida da Caixa de Crédito Agrícola de Oliveira do Hospital.
Este preâmbulo serve para iniciar um texto que, face ao que lemos na comunicação social como sendo um comunicado da lista B feito na tarde de Domingo anterior ao dia 26 de Fevereiro, não poderemos deixar de publicar, a título de esclarecimento.
O recato desejável na actividade em que se insere a CCAM levou-me, enquanto coordenador-geral da instituição, a procurar na sua esfera a solução dos diferendos que se foram agudizando ao longo do tempo, essencialmente estes últimos meses.
Essas diferenças, que vão para além do encarar de modo diverso o negócio bancário e segurador para se situarem no modo de estar e ser, que pugno por ser sincero, honesto e sem procurar outro tipo de dividendos para além da remuneração pelo meu trabalho, levaram-me a apresentar em Outubro passado o pedido de demissão. A esse pedido responderam os órgãos sociais no sentido de que me mantivesse em funções até às eleições, a que anuí em respeito às pessoas que mo pediram e aos colaboradores com que diariamente trabalho. Acresce que, nesse momento, percebi que essas pessoas haviam compreendido as minhas razões, que havia exposto por escrito, e que comungavam do mesmo espírito. As razões, devidamente fundamentadas, são do conhecimento dos funcionários e dos membros de todos os órgãos sociais e apenas a prudente consideração de que estamos num ramo que recomenda o sigilo me impedem de levar aqui a público.
Resulta daqui que não tinha, à data, interesse em me candidatar ao cargo a que me proponho agora, não obstante considerar, como reafirmo, que dignifiquei as funções que desempenhei e que a Instituição que hoje todos encontram é mais do que eu encontrei.
Desde então foi realizada uma Assembleia Geral, onde foram aprovados os novos estatutos à luz de um novo regime jurídico. Nessa Assembleia foram evidentes os nossos pontos de discórdia, em virtude da Assembleia ter aprovado alterações ao documento que, grosso modo, impediram que se dificultasse aos sócios a apresentação de lista concorrente à apresentada pelo agora designado “Conselho de Administração” – falamos de uma votação com apenas 2 a 3 abstenções ou votos contra. O sentido da Assembleia não terá agradado a quem se absteve ou votou contra e dentro da Direcção e do Conselho Fiscal houve elementos que passaram a agir sem consultar os demais membros. Estes elementos, que concorrem agora na Lista B, entre outras situações que de facto nos distinguem, tiveram duas posições:
  1. O Presidente do Conselho Fiscal envia, com conhecimento a organismos da Caixa Central, carta dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, tendente a denegrir a minha imagem profissional, invocando falsidades a que eu, uma vez que não me foi dado conhecimento do que me acusavam, ficaria sem hipótese de me defender. Esquecem essas pessoas que a mentira tem “perna curta” e, no local certo, haverá oportunidade de me defender e repor a verdade dos factos, com as consequências para quem prevarica;
  2. Novamente o Presidente do Conselho Fiscal e o Presidente da Direcção, enviam sem conhecimento aos demais elementos e órgãos sociais (e que mantêm a recusa de mostrar o referido oficio), pedido à Caixa Central para intervir na gestão da Caixa. Desconhecendo as razões invocadas, assumimos no entanto que estes responsáveis se assumem como impotentes para gerir os destinos da Instituição, ou pelo menos geri-la como pretendem. Se a hipótese for a primeira, estranhamos porque se propõem a eleições; se for a segunda, esquecem, embora o digam no seu comunicado à imprensa, que são os sócios que decidem em Assembleia Geral o destino da organização que criaram, mesmo que isso contrarie o Conselho de Administração.
Nessa mesma Assembleia, um sócio pergunta ao Sr. Carlos Mendes de que tinha ouvido falar numa fusão e que gostava de saber do ponto de situação. A resposta, de que os presentes se recordarão, foi a de que não estava nada adiantado nesse sentido.
Nesse momento percebi que, ao se ter não esclarecido aquele e os demais sócios presentes, o Sr. Presidente considerava não tinha havido nada de concreto, quando não era verdade. E tanto não era que, neste comunicado, agora se diz, e passo a citar “…O que é sério é dizer que esteve em ponderação uma proposta de fusão com outra instituição vizinha…”
Em que ficamos? Afinal, o que é que é e quem é que é sério?
Por não me rever nesta sonegação de esclarecimentos, também justifica que me demarque desta maneira de trabalhar.
Não satisfeitos com o que acabo de transcrever da notícia publicada na página da Rádio Boa Nova e no CBS On-line, como sendo palavras do referido comunicado, acrescentam: “… que contou com participação permanente e a concordância do nosso principal adversário, mas contra a qual está agora, única e exclusivamente por razões de interesse pessoal ligadas ao cargo que tem desempenhado…”
É esta última frase, que não podia estar mais longe do que é verdade, que me leva a escrever este texto. Tenho como comprovar a falsidade desta afirmação e os mentores da lista B sabem-no. Em 17 de Dezembro de 2009 escrevi a todos os funcionários circunstanciando todo o processo negocial, onde, com factos que não foram nem podem ser refutados pelos outros membros da Direcção que são visados nessa carta, expliquei como me coloquei à margem de ser escolhido para qualquer cargo na Caixa após fusão, desde que alguém da Caixa de Oliveira do Hospital pudesse ter funções executivas, o que foi recusado pela outra instituição bancária e aceite pelos meus colegas. Ou seja, como pode alguém dizer que me moviam razões de interesse pessoal quando eu propus que ficasse de fora desde que isso fosse em benefício da CCAM de Oliveira do Hospital que seria extinta, dos seus funcionários e consequentemente dos seus clientes e cooperantes? Dessa menção pedi que ficasse em acta de reunião de 14 de Dezembro, já que o que era apresentado pelo Presidente dessa Instituição era diferente do que se havia discutido precisamente 1 mês antes.
A uma acusação pública somente uma defesa de igual modo é devida. Não fosse entender que o assunto é grave demais para ser achincalhado em conversa de rua e em comentários no anonimato, a publicação na íntegra dessa carta seria demais esclarecedora. Para já é do conhecimento dos órgãos sociais e dos funcionários e esperamos que seja a última vez que venhamos a ler na imprensa referências que são falsas, procurando justificar o que é moralmente injustificável.
Na conferência de imprensa, sem mencionar nomes, limitámo-nos a procurar enunciar as razões das nossas diferenças que podiam ser comentadas e que estão vertidas no nosso blog, assim como apresentar as pessoas que se propõem levar mais além a Instituição. Outras razões haveria para relatar mas move-nos o respeito por pessoas e por instituições, senão teria como provar que as divergências começaram bem mais atrás.
Uma última consideração: em tempo algum quebrei os deveres de sigilo a que estou obrigado, sendo que os interesses dos nossos clientes estão acautelados pela minha conduta e pela das pessoas da minha lista. De igual modo entendi ser o mais transparente nesta candidatura, pelo que assumimos:
  1. Divulgá-la amplamente nos órgãos de comunicação social e na internet;
  2. Que a página da internet deveria ter um resumo das nossas ideias, a composição da lista e a transcrição integral do folheto que levamos aos sócios nos nossos contactos;
  3. Que o contacto com os sócios fosse fora da actividade das instalações da caixa, para não interferir com a actividade normal;
Lamentamos que a lista B refira, " não podemos deixar também de lamentar que da parte do actual Presidente da Assembleia Geral e candidato ao mesmo cargo na lista adversária, que tem competências legais e estatutárias concretas nesse sentido, não tenha havido a preocupação de conter este processo eleitoral dentro dos limites de uma conduta não censurável, não obstante as nossas insistências nesse sentido".
Perguntamos: quando foi que essa conduta se patenteou? Em que reunião de procura de consensos se abstiveram de berros e lançar insultos? Quem contacta sócios dentro das instalações e ao mesmo tempo recusa à lista adversária o uso do anfiteatro para se apresentar? Que circunstâncias levaram, à revelia dos outros membros e dos funcionários, ao pedido da intervenção da Caixa Central?
Esta lista escreve o que faz chegar aos sócios e assumimos o que escrevemos. Não é por a Lista B colocar em comunicado afirmações que não temos em lado nenhum que passam a ser palavras nossas. Essas são públicas e estão aqui. Oferecemos este espaço para divulgar o que entenderem colocar por escrito e que esclareçam as nossas dúvidas.
Do mesmo modo que quando nos apresentámos ao público estávamos todos. Porque conhecemos algumas pessoas da Lista B e sabemos da sua conduta na vida profissional e pessoal, duvidamos que no convite para integrarem a lista lhe foram explicados todos estes factos.
Concordamos numa coisa: dia 26 é que os sócios se pronunciarão e, da nossa parte, aceitaremos a decisão do sentido de voto.

Carlos Oliveira